“Foi mais uma maquiagem”, diz Glinski sobre reforma feita no estádio municipal
Polêmica envolvendo a interdição de um dos banheiros masculino do estádio municipal Benedito Therézio de Carvalho Júnior (Ditão) - na partida entre Canoinhas e Porto há dez dias pelo Catarinense da Série B - ganhou novo capítulo durante a sessão ordinária de segunda-feira, 1º.
Na tribuna da Câmara, vereador Paulo Glinski (PSD) voltou a afirmar que a interdição do local trouxe sim transtornos, já que os banheiros localizados embaixo da arquibancada coberta são os tradicionalmente usados pelos torcedores. “Fiz apenas o relato de que os homens tiveram que recorrer ao banheiro feminino. Foi uma critica construtiva e isso acabou gerando uma reação desproporcional por parte de algumas pessoas”, ressaltou.
Rebateu críticas feitas a ele por dois veículos de comunicação (rádio e jornal) na semana passada, motivadas por declarações de pessoas ligadas ao executivo, ao governo do Estado na região e a Fundação Municipal de Esportes (FME). “Tentaram passar uma imagem de que eu não teria visto as qualidades do estádio e de que estaria equivocado nas minhas colocações”, frisou.
Disse ainda que por questões éticas, os referidos veículos deveriam ter lhe dado o direito de falar sobre o caso. “Se você cita o nome de alguém, é preciso dar espaço para que essa pessoa de também sua versão e não simplesmente tentar desacreditar o que ela falou”, argumentou.
Falou que apesar dos muitos recursos encaminhados pelo governo estadual, o estádio municipal permanece com estrutura semelhante há muitos anos. “Foi mais uma maquiagem do que exatamente uma reforma”, afirmou o vereador.
Também disse estar aguardando as documentações referentes aos valores gastos nas últimas obras feitas no local. “Estou muito curioso, esperando e torcendo para que estudo esteja certo. Se sim, venho a essa tribuna e faço questão de falar. Caso contrário, levo a denúncia ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, completou.
Na semana passada, o vereador havia apresentado requerimento pedindo cópias de empenhos, notas fiscais, aceites e vistorias de recebimento de obras relacionadas ao estádio. O documento, aprovado por unanimidade por todos os vereadores, é direcionado ao prefeito Beto Faria (PMDB) e ao presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Ricardo Pereira Martin.
Esclarecimentos
Utilizando fotografias tiradas na última sexta-feira, 29, Glinski provou que o estádio apresenta condições adversas em alguns de seus pontos. Também aproveitou a ocasião para prestar esclarecimentos acerca do que foi divulgado, principalmente, por um jornal local.
Mostrou que o banheiro masculino localizado embaixo da arquibancada ainda permanecia sem poder ser utilizado cinco dias após a partida. Ainda questionou a forma pela qual o local foi interditado, já que um tapume na porta estava amparado por uma ripa fixada em uma das paredes externas. “Aquilo nem é a forma correta de se interditar, pois o pedaço de ripa poderia ser utilizado como arma numa eventual briga”, acrescentou.
Cadeiras quebradas em algumas fileiras e fios elétricos soltos próximos a estrutura metálica que sustenta a cobertura também puderam ser observadas pelas fotografias. “Isso não é querer criticar ou desrespeitar, é pedir para que as pessoas que administram comecem a zelar pelo nosso patrimônio”, enfatizou o vereador, ao também cobrar a limpeza dos assentos antes das partidas do time em casa.
Além de estar tomada pelo mato, a parte de trás e uma das laterais do local que abriga os novos banheiros virou um deposito de entulhos, onde são encontrados restos de construção, madeira, porta velha e até um vaso sanitário. “Numa tarde de serviço, duas pessoas conseguiriam deixar aquilo limpo”, reclamou.
Glinski falou ainda que ao contrário do que foi dito na imprensa, o estádio municipal não contava com 12 banheiros. “Quem falou e escreveu aquilo precisa saber diferenciar sanitário de banheiro. Na verdade existem 10 sanitários novos, cinco para as mulheres e cinco para os homens, os banheiros químicos para a torcida adversária e outros que são de acesso restrito para funcionários, tribuna e para os integrantes da imprensa”, explicou.
Também disse não ter visto funcionários uniformizados orientando os torcedores a irem aos outros sanitários no dia do jogo, como foi declarado por algumas pessoas à imprensa. Afirmou que as faixas que indicavam os novos sanitários, por exemplo, só teriam sido pintadas após ele ter feito reclamação na Câmara.
Sobre o fato de o estádio conter o alvará e estar liberado para receber os jogos e os torcedores, o vereador disse que era o mínimo que poderia se esperar das pessoas pagas para mantê-lo em pleno funcionamento. “Mas vale lembrar que ficou interditado em algumas partidas, prejudicando o time do Canoinhas e privando a torcida de ver as partidas. E isso aconteceu, talvez, por falta de competência de alguém”, alfinetou.
Com relação ao comentário de que o Ditão era um dos melhores estádios da série B, Glinski também foi contundente em sua resposta. “Foram feitos muitos investimentos lá, uma hora falam que veio R$ 200 mil, outra hora R$ 300 mil, ou então R$ 500 mil, então o mínimo que poderia se esperar”, acrescentou.
Missão
O vereador classificou como metralhadora giratória a tentativa de desmoralizá-lo via imprensa. “Foi um recado não só para mim, mas para o legislativo como um todo, que se não gostarem de determinada crítica vão pegar uma 12 e metralhar para ver se nós ficamos quietos”, repudiou.
Glinski, no entanto, prometeu não se intimidar e continuar a missão e obrigação que lhe conferidas pelo povo através do voto. “Independente de amizade que tenho com algumas pessoas do executivo e do governo do Estado na região, digo que irei continuar fiscalizando e cobrando as coisas que entender que estão erradas”, disse ao também afirmar que “mexeram com a pessoa errada”.
Por fim, ainda apresentou requerimento solicitando informações pertinentes ao número e a carga horária de cada funcionário que está atuando na FME a partir de janeiro deste ano. “Antes que falem alguma coisa, quero tranquilizar os servidores da fundação que não sou contra ninguém e nem contra nenhum programa por ela desenvolvida. Pelo contrário, queria que outros projetos fossem colocados em prática assim como vinha ocorrendo em anos anteriores”, finalizou.
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