“Quem tem posição, não agrada todo mundo”, diz Grein sobre participação em manifesto contra o impeachment

por admin última modificação 08/03/2018 20h47
Vereador ocupou a tribuna da Câmara para falar sobre críticas, ofensas pessoais e até ameaça de morte que recebeu por meio de rede sociais; Parlamentar promete apresentar projeto que fixa subsídios para os agentes políticos

A presença do vereador canoinhense João Grein (PT) em bloqueio de rodovia federal em Curitibanos, no Planalto Catarinense, na última semana, como forma de protesto à votação do pedido de admissibilidade ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), rendeu uma série de críticas, ofensas pessoais até ameaça de morte por meio de redes sociais.

O vereador ocupou a tribuna da Câmara na noite de segunda-feira, 16, para se manifestar sobre o assunto. “Fui ameaçado, perseguido e injustiçado”, frisou, ao lembrar que muitos daqueles que o trataram de forma pejorativa, não conhecem sua trajetória de vida e nem como militante das causas sociais.

Segundo ele, ao contrário do que noticiou um portal de internet em nível nacional e até a imprensa local, sua participação no protesto não estava ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mas sim, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), entidades as quais o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) está filiado. “Inclusive, a foto divulgada mostra eu vestido com a camiseta da CUT e segurando a bandeira da Fetraf”, argumentou.

Acompanhado na sessão por familiares, representantes de movimentos sociais e sindicais, do PT e por pessoas da localidade do Salto da Água Verde, onde reside e fica sua base eleitoral, Grein disse que participou do protesto de ‘cara limpa’, em defesa de um projeto de sociedade e pela manutenção de direitos adquiridos. “Quem tem posição, não agrada todo mundo”, ressaltou, ao afirmar que não estava arrependido e que além dele, também estavam presentes outras lideranças políticas do Estado.

Trajetória

Há mais de 30 anos o vereador atua juntos aos movimentos sociais, sindicais e ligados a igreja católica. “Por mais de 20 anos trabalhei de forma voluntária e não me arrependo. Se pudesse, faria tudo novamente”, comentou.

Grein foi um dos fundadores do PT em Canoinhas e em outros três municípios da região em 1987; e auxiliou na criação da Associação de Grupos de Pequenos Agricultores de Canoinhas e Região (Agrupar), da Cooperativa de Organização, Produção e Comercialização Solidária (Comsol), da Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária (Cresol) e do Sintraf. Além disso, nessas mais de três década participou como voluntário em diversos projetos desenvolvidos pelo Território da Cidadania.

Na tribuna, o vereador ainda disse ser um ferrenho defensor dos assuntos relacionados aos pequenos produtores rurais, aos agricultores familiares e a reforma agrária. “Mas nem Lula e nem Dilma conseguiram resolver a questão agrária no país”, admitiu, ao cobrar urgentemente reformas política e tributária para o Brasil.

Insultos

Diante da série de insultos que recebeu por meio de redes sociais, o vereador classificou como discriminatórios os comentários que desqualificavam sua atuação no Legislativo Municipal, só pelo fato dele não ter formação em curso superior. “Chega a dar nojo esse tipo de comparação”, rebateu.

Ameaças

O vereador também falou sobre um áudio que está circulando pelo aplicativo whatsapp, no qual uma pessoa ainda não identificada o xinga e incita outros integrantes da rede a agredi-lo e ameaça-lo de morte, em virtude da sua participação no protesto. Grein registrou boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil. “Não é a primeira vez que isso acontece”, garantiu.

Fixação de subsídios

Por ter sido desmoralizado, desafiado e até como forma de dar uma resposta à aqueles que o insultaram nos últimos dias, o vereador prometeu apresentar em breve um projeto de lei que fixa os subsídios de vereadores, secretários municipais, vice-prefeito e prefeito para os próximos quatro anos.

No caso dos vereadores, a intenção de Grein é equiparar o subsídio aos salários dos professores que atuam 40 horas semanais na rede municipal de ensino. Ele pretende formar uma comissão de vereadores para tratar do assunto e chamar, para o debate, líderes do movimento que já pediam a redução salarial dos agentes políticos em outras oportunidades.

 

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Câmara Municipal de Vereadores de Canoinhas

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