“Vou ter que parar com o setor de identidade por uma irresponsabilidade da UnC”, acusa chefe do IGP
Responsável pela confecção de 30 a 40 documentos de identidade diariamente, o setor de Identificação do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Canoinhas está prestes a paralisar suas atividades.
Quem deu a informação foi o perito criminal Marco Antonio Bubniak, que ocupou a tribuna da Câmara na noite de terça-feira, 20. E, para o chefe local do IGP, o possível fechamento já tem culpado. “Vou ter que parar com o setor de identidade por uma irresponsabilidade da Universidade do Contestado (UnC)”, acusou.
O motivo, segundo ele, é a falta de interesse da universidade em renovar contratos de estágio e até substituir bolsistas que prestam serviço no órgão. Entre os meses de agosto e setembro foram encaminhados três e-mails à instituição, informando o término de contratos e solicitando a indicação de novos acadêmicos bolsistas.
Bubniak disse que a gestora da UNC não respondeu a nenhum deles. “Talvez por não querer se comprometer”, frisou. Mas, por telefone, ela teria informado que a instituição não pretende dar sequência ao programa de bolsistas. “Só não entendo o porquê disso, pois a universidade não tem nenhum custo”, lamentou.
Só no setor de identidade trabalham quatro estagiários. Dois em cada turno e que fazem parte do programa Novos Valores, instituído pelo Governo do Estado há dois anos. Pelo contrato, a universidade indica os nomes e a seleção é feita pela Gerência Regional de Educação (Gered). O valor mensal referente à bolsa é depositado direto na conta do acadêmico.
O IGP ainda conta com mais três estagiários, também acadêmicos da UnC. Dois foram cedidos e são pagos pela prefeitura de Três Barras e outro pela Cia Canoinhas de Papel. A universidade também é a responsável por gerir esses contratos.
Como não foi avisado com antecedência sobre o rompimento do programa, o chefe do IGP afirmou que deixou, inclusive, de firmar parcerias com outras instituições de ensino. “Podemos até fazer agora, mas os novos estagiários só viriam a partir de fevereiro do próximo ano”, explicou.
Pelo fato do IGP possuir um efetivo pequeno, Bubniak acredita que os trabalhos ficarão comprometidos em outros setores também. “Estou com a corda no pescoço, por isso vim pedir ajuda”, ressaltou ele, ao solicitar a intervenção dos vereadores junto aos responsáveis pela reitoria da UNC e pelo campus de Canoinhas.
O órgão possui atualmente dois peritos criminais, dois peritos médicos legistas, dois auxiliares de necropsia e um técnico criminalista, que atua em toda a parte administrativa.
Fora o IGP, Bubniak acredita que a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil também serão atingidos pelo fim do programa de bolsistas. “Acredito que são mais de 50 estagiários só nessas três instituições”, acrescentou.
Para o chefe do IGP, o rompimento dos contratos demonstra claramente que a universidade está deixando de cumprir um dos tripés de sua atuação na comunidade. “Está trabalhando o ensino e a pesquisa, mas não a extensão, que é a sua relação de proximidade com as pessoas. E isso é preocupante”, finalizou.
Diálogo
Vereadores canoinhenses prometeram abraçar a causa e buscar informações complementares sobre o porquê do término do programa de bolsistas.
Wilmar Sudoski (PSD), Paulo Glinski (PSD), Osmar Oleskovicz (PSD) e Gilmar Martins, o Gil Baiano (PSDB) também se manifestaram com relação a visível falta de interesse da coordenação geral da UnC com o campus de Canoinhas e a baixa procura dos acadêmicos, que motivou o fechamento de cursos nos últimos anos.
Além disso, defenderam um diálogo mais aprofundado com representantes da instituição, até pelo fato da universidade local ter se originado de uma fundação municipal de ensino superior, construída com os esforços da comunidade.
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