AMA participa da 22ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canoinhas

por Assessoria de Imprensa última modificação 25/04/2024 09h57



AMA participa da 22ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canoinhas

 

Neide Cristina Bechel, presidente da AMA usou a tribuna livre para apresentar a associação para a sociedade canoinhense

 

 

A sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira, 23, teve a participação da presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas (AMA) de Canoinhas, Neide Cristina Vieira de Lima Bechel, que trabalha com o autismo há dez anos e que está à frente da associação desde agosto do ano passado.

Fundada em 9 de setembro de 2020, a AMA de Canoinhas é uma associação sem fins lucrativos, que atua como rede de apoio às famílias de autistas.  É uma associação de direito privado, constituída por tempo indeterminado, sem fins econômicos, de caráter assistencial, clínico e educacional complementar especial, sem cunho político ou partidário, com finalidade de atender a todos que a ela se dirigirem, independentemente de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa.

A AMA trabalha também na conscientização sobre o autismo com eventos voltados ao público autista e ao público em geral com workshops explicativos. Um exemplo: é o que acontece no mês de abril, quando todas as escolas fazem uma atividade referente ao autismo para conscientização dos alunos e das suas famílias.

MAS O QUE É O AUTISMO?
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, que pode ser diagnosticado na primeira infância, na adolescência ou na vida adulta e se caracteriza por déficit na comunicação e interação social, além de movimentos repetitivos e estereotipados. “Isso é muito complicado, tem muitas informações, tem muitas coisas sendo colocadas na mídia, e a gente sabe, quem trabalha com autismo e quem convive com o autismo diariamente, que tem muitas coisas colocadas assim muito brandamente”, conta Neide.

Em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) institui o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Na época, a cada cerca de 140 nascimentos, um era autista. “Houve uma preocupação mundial com relação ao autismo, com um percentual muito grande de autistas. Hoje se a gente for analisar, se formos consultar na internet, ver a estatística, a cada 36 crianças nascidas, uma é autista.

Neide, que trabalha com 15 crianças autistas, contou que a preocupação da AMA é saber, como conviver e como respeitar o autismo. “Cada uma tem a sua peculiaridade, não tem um padrão, é um transtorno do neurodesenvolvimento com três níveis de suporte: nível 1, 2 e 3. Mas só quem trabalha, quem convive, principalmente as famílias, as mães que convivem, sabem a complexidade desse grau de suporte. O autista é inteligente? Sim, tem o autista muito inteligente. E não podemos esquecer que tem o outro lado, aquele que tem uma comorbidade e aquele que é só autismo”, pontuou a presidente da AMA.

SÍMBOLO E ATENDIMENTO PREFERENCIAL
A professora e Neuropsicopedagoga descreveu o significado do laço colorido com o quebra-cabeça, que não se trata apenas de um símbolo bonito. “Esse é o símbolo mais conhecido do autismo. Aquele laço representa toda a esperança que se tem de pesquisa, de conscientização, de informação. O quebra-cabeça que tá ali desenhado é a complexidade desse autismo. Se você vê uma fita azul, desde o azul bem tênue, um azul clarinho quase branco, e aquela cor vai aumentando, até ela chegar no azul bem escuro, quase preto. Isso ali tudo é o autismo e sua complexidade. Com várias questões, com vários níveis de suporte, com várias situações. Nenhum é igual ao outro. É único. As cores que tem nas peças do quebra-cabeça, que a gente mostra para sociedade, é a diversidade de famílias que convivem com o transtorno. O autismo não escolhe classe social, raça, cor, nada. O autismo é o autismo”, destacou Neide.

A presidente reforçou que  na placa de atendimento preferencial, não se trata de um símbolo “bonitinho”, mas uma informação para se atender com prioridade o autista e sua família. “O autista usa o cordão de identificação, tanto do girassol, que é das doenças ocultas, porque não existe mesmo cara de autista. Ou o cordão com o quebra-cabeça, identificando que ele é autista. A AMA está fazendo a conscientização nas escolas e na sociedade em relação à isso. Olhar a pessoa com o cordão e dar essa preferência de atendimento para essa mãe, para essa pessoa é estar consciente de que está fazendo a coisa certa. Seja a mãe com a criança, ou o autista sozinho”.

FAÇA PARTE DA AMA
“Você que tem o seu filho autista, procure a associação e se cadastre na AMA. Nos ajude a ganhar força. Entendo perfeitamente todas as minhas colegas que convidei para estar aqui hoje. A mãe se programa, eu vou lá... Mas, na hora acontece uma crise e como que ela vai vir. É um momento que a gente tá aqui para lutar por esses autistas, pelos nossos autistas de Canoinhas. Falo com vocês com propriedade e com certeza, passa de 300 crianças autistas no nosso município. Agradeço essa tribuna por poder falar um pouquinho da AMA e que a AMA agora está fazendo muito por esses autistas, desde 2020 quando foi fundada. O primeiro pedágio foi feito no dia 6 de abril e a gente teve muito sucesso. Quero agradecer imensamente a comunidade canoinhense por ter colaborado com a AMA. Muito obrigado!”, finalizou a presidente.

Diretoria da AMA Canoinhas:

  • Presidente: Neide Cristina Vieira de Lima Bechel, professora Licenciada em Educação Especial pela UnC Parfor, neuropsicopedagoga Clínica pela Censupeg e pós-graduada em Intervenção ABA -Transtorno do Espectro Autista - Faculdade Metropolitana. Cursando pós em Práticas de Terapia Ocupacional – Faculdade Metropolitana.
  • Vice-presidente: Nicole Damaso Voigt, contadora e mãe de autista
  • Secretária: Fernanda Gonçalves Padilha: cursando 7º período de Psicologia e mãe de autista.
  • Vice-secretária: Renice Gudas, pedagoga, segunda Licenciatura em Educação Especial, psicopedagoga com pós em Autismo, formada em ABA Análise do Comportamento Aplicada.
  • Tesoureira: Suelen Tais Grein, autônoma e mãe de autista.
  • Vice-tesoureira: Adriana Alves Pereira Vieira, cursando Serviço Social e mãe de autista.
  • Representante dos pais: Daiane Marcolin Knuppel e Andressa Santos Padilha Jarschel.
  • Conselho fiscal efetivo: Marcel Larson Woiciechowski, Edna Almerinda Busko e Flávia Cristina de Lima.
  • Conselho fiscal suplente: Maria Angela Rodrigues da Conceição, Karla Regina Karaz e Luiz Fernando Freitas Junior.

O autismo que eu conheço...
*Por Sarita Melo

O autismo que eu conheço não nos deixa ir ao cinema, nem jantar em paz no meu restaurante favorito e também não nos deixa ter a certeza que vai dar tudo certo lá no futuro.

O autismo que eu conheço não tem noção do perigo, brinca diferente dos demais e ainda não conseguiu desfralda.

O autismo que eu conheço bate a cabecinha, teve crise de se colocar em risco, sem sentir se estava se machucando.

O autismo que eu conheço não falou até hoje, não sabe entender o que eu peço, já sofreu preconceito na escola, no rodízio e na casa dos meus familiares.

O autismo que eu conheço não é bonito, não é azul e nem fácil.

O autismo que eu conheço não é parecido com o do Messi ou do Einstein (que nem sei se de fato são autistas).

O autismo que eu conheço me fez deixar de trabalhar para me dedicar ao tratamento intensivo, contínuo e urgente.

O autismo que eu conheço aprisiona as mães nas salas de espera da terapia.

Existem vários prejuízos no autismo que eu conheço, só não conheço nenhum autismo sem prejuízo.

Sendo nível 1 ou 3, não esqueçam de falar sobre os grandes problemas e prejuízos, pois postar sobre “sou autista, sou psicóloga, sou médico ” é muito legal e existe, mas existe muitos que é “só” autismo.

AUTISMO NÂO É DOENÇA... É UMA DIFERENÇA

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Joselito Beluk – Assessor de Comunicação Câmara de Vereadores
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