AMA participa da 22ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canoinhas
AMA participa da 22ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canoinhas
Neide Cristina Bechel, presidente da AMA usou a tribuna livre para apresentar a associação para a sociedade canoinhense
A sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira, 23, teve a participação da presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas (AMA) de Canoinhas, Neide Cristina Vieira de Lima Bechel, que trabalha com o autismo há dez anos e que está à frente da associação desde agosto do ano passado.
Fundada em 9 de setembro de 2020, a AMA de Canoinhas é uma associação sem fins lucrativos, que atua como rede de apoio às famílias de autistas. É uma associação de direito privado, constituída por tempo indeterminado, sem fins econômicos, de caráter assistencial, clínico e educacional complementar especial, sem cunho político ou partidário, com finalidade de atender a todos que a ela se dirigirem, independentemente de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa.
A AMA trabalha também na conscientização sobre o autismo com eventos voltados ao público autista e ao público em geral com workshops explicativos. Um exemplo: é o que acontece no mês de abril, quando todas as escolas fazem uma atividade referente ao autismo para conscientização dos alunos e das suas famílias.
MAS O QUE É O AUTISMO?
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, que pode ser diagnosticado na primeira infância, na adolescência ou na vida adulta e se caracteriza por déficit na comunicação e interação social, além de movimentos repetitivos e estereotipados. “Isso é muito complicado, tem muitas informações, tem muitas coisas sendo colocadas na mídia, e a gente sabe, quem trabalha com autismo e quem convive com o autismo diariamente, que tem muitas coisas colocadas assim muito brandamente”, conta Neide.
Em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) institui o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Na época, a cada cerca de 140 nascimentos, um era autista. “Houve uma preocupação mundial com relação ao autismo, com um percentual muito grande de autistas. Hoje se a gente for analisar, se formos consultar na internet, ver a estatística, a cada 36 crianças nascidas, uma é autista.
Neide, que trabalha com 15 crianças autistas, contou que a preocupação da AMA é saber, como conviver e como respeitar o autismo. “Cada uma tem a sua peculiaridade, não tem um padrão, é um transtorno do neurodesenvolvimento com três níveis de suporte: nível 1, 2 e 3. Mas só quem trabalha, quem convive, principalmente as famílias, as mães que convivem, sabem a complexidade desse grau de suporte. O autista é inteligente? Sim, tem o autista muito inteligente. E não podemos esquecer que tem o outro lado, aquele que tem uma comorbidade e aquele que é só autismo”, pontuou a presidente da AMA.
SÍMBOLO E ATENDIMENTO PREFERENCIAL
A professora e Neuropsicopedagoga descreveu o significado do laço colorido com o quebra-cabeça, que não se trata apenas de um símbolo bonito. “Esse é o símbolo mais conhecido do autismo. Aquele laço representa toda a esperança que se tem de pesquisa, de conscientização, de informação. O quebra-cabeça que tá ali desenhado é a complexidade desse autismo. Se você vê uma fita azul, desde o azul bem tênue, um azul clarinho quase branco, e aquela cor vai aumentando, até ela chegar no azul bem escuro, quase preto. Isso ali tudo é o autismo e sua complexidade. Com várias questões, com vários níveis de suporte, com várias situações. Nenhum é igual ao outro. É único. As cores que tem nas peças do quebra-cabeça, que a gente mostra para sociedade, é a diversidade de famílias que convivem com o transtorno. O autismo não escolhe classe social, raça, cor, nada. O autismo é o autismo”, destacou Neide.
A presidente reforçou que na placa de atendimento preferencial, não se trata de um símbolo “bonitinho”, mas uma informação para se atender com prioridade o autista e sua família. “O autista usa o cordão de identificação, tanto do girassol, que é das doenças ocultas, porque não existe mesmo cara de autista. Ou o cordão com o quebra-cabeça, identificando que ele é autista. A AMA está fazendo a conscientização nas escolas e na sociedade em relação à isso. Olhar a pessoa com o cordão e dar essa preferência de atendimento para essa mãe, para essa pessoa é estar consciente de que está fazendo a coisa certa. Seja a mãe com a criança, ou o autista sozinho”.
FAÇA PARTE DA AMA
“Você que tem o seu filho autista, procure a associação e se cadastre na AMA. Nos ajude a ganhar força. Entendo perfeitamente todas as minhas colegas que convidei para estar aqui hoje. A mãe se programa, eu vou lá... Mas, na hora acontece uma crise e como que ela vai vir. É um momento que a gente tá aqui para lutar por esses autistas, pelos nossos autistas de Canoinhas. Falo com vocês com propriedade e com certeza, passa de 300 crianças autistas no nosso município. Agradeço essa tribuna por poder falar um pouquinho da AMA e que a AMA agora está fazendo muito por esses autistas, desde 2020 quando foi fundada. O primeiro pedágio foi feito no dia 6 de abril e a gente teve muito sucesso. Quero agradecer imensamente a comunidade canoinhense por ter colaborado com a AMA. Muito obrigado!”, finalizou a presidente.
Diretoria da AMA Canoinhas:
- Presidente: Neide Cristina Vieira de Lima Bechel, professora Licenciada em Educação Especial pela UnC Parfor, neuropsicopedagoga Clínica pela Censupeg e pós-graduada em Intervenção ABA -Transtorno do Espectro Autista - Faculdade Metropolitana. Cursando pós em Práticas de Terapia Ocupacional – Faculdade Metropolitana.
- Vice-presidente: Nicole Damaso Voigt, contadora e mãe de autista
- Secretária: Fernanda Gonçalves Padilha: cursando 7º período de Psicologia e mãe de autista.
- Vice-secretária: Renice Gudas, pedagoga, segunda Licenciatura em Educação Especial, psicopedagoga com pós em Autismo, formada em ABA Análise do Comportamento Aplicada.
- Tesoureira: Suelen Tais Grein, autônoma e mãe de autista.
- Vice-tesoureira: Adriana Alves Pereira Vieira, cursando Serviço Social e mãe de autista.
- Representante dos pais: Daiane Marcolin Knuppel e Andressa Santos Padilha Jarschel.
- Conselho fiscal efetivo: Marcel Larson Woiciechowski, Edna Almerinda Busko e Flávia Cristina de Lima.
- Conselho fiscal suplente: Maria Angela Rodrigues da Conceição, Karla Regina Karaz e Luiz Fernando Freitas Junior.
O autismo que eu conheço...
*Por Sarita Melo
O autismo que eu conheço não nos deixa ir ao cinema, nem jantar em paz no meu restaurante favorito e também não nos deixa ter a certeza que vai dar tudo certo lá no futuro.
O autismo que eu conheço não tem noção do perigo, brinca diferente dos demais e ainda não conseguiu desfralda.
O autismo que eu conheço bate a cabecinha, teve crise de se colocar em risco, sem sentir se estava se machucando.
O autismo que eu conheço não falou até hoje, não sabe entender o que eu peço, já sofreu preconceito na escola, no rodízio e na casa dos meus familiares.
O autismo que eu conheço não é bonito, não é azul e nem fácil.
O autismo que eu conheço não é parecido com o do Messi ou do Einstein (que nem sei se de fato são autistas).
O autismo que eu conheço me fez deixar de trabalhar para me dedicar ao tratamento intensivo, contínuo e urgente.
O autismo que eu conheço aprisiona as mães nas salas de espera da terapia.
Existem vários prejuízos no autismo que eu conheço, só não conheço nenhum autismo sem prejuízo.
Sendo nível 1 ou 3, não esqueçam de falar sobre os grandes problemas e prejuízos, pois postar sobre “sou autista, sou psicóloga, sou médico ” é muito legal e existe, mas existe muitos que é “só” autismo.
AUTISMO NÂO É DOENÇA... É UMA DIFERENÇA
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Joselito Beluk – Assessor de Comunicação Câmara de Vereadores
Fone: (47) 3622-3396 / Whatsapp (47) 9-9986-6199
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