Coronel Sarte recebe Título de Cidadão Honorário de Canoinhas
Coronel Sarte recebe Título de Cidadão Honorário de Canoinhas
Dia de Homenagem na Câmara de Vereadores de Canoinhas, durante a sessão desta terça-feira, 11, foi promulgado o Título de Cidadão Honorário de Canoinhas ao Tenente Coronel Atila de Medeiros Sarte e Moção ex-comandante do 9°BBM em Canoinhas. A honraria foi proposta pelos vereadores William Godoy, Gil Baiano, André Flenik e concedida por toda edilidade.
Sarte lembrou da sua chegada a esta cidade, onde ele pode perceber a sua riqueza cultural, sua história e suas tradições. “Aqui encontrei um povo acolhedor, trabalhador e solidário, que recebeu a mim e a minha família de braços abertos e que fez nos sentirmos em casa, apesar de sermos de tão longe” destacou.
Este título representa uma importante conquista em minha trajetória pessoal e profissional. Para que todos entendam bem isso, explicou ele: Natural de Nova Iguaçu, no Estado do RJ, tenho uma origem humilde, meus pais, Camilo Lelis Sarte, hoje já falecido, e minha mãe Edineia Medeiros Sarte - que deve estar me assistindo agora do RJ pela transmissão ao vivo, Bênção mãe, eu te amo – meus pais sempre muito honestos e honrados, criaram 03 filhos, sendo eu o mais moço, um beijo também para os meus irmãos Adriana e Anderson. Com todas as dificuldades que passamos na infância e adolescência para conseguir estudar, boa parte em escolas estaduais e municipais, nunca imaginei, nem nos meus melhores sonhos, que um dia estaria numa cidade tão distante da minha origem, e ao invés de ser tratado como um forasteiro, recebo esse carinho, essa acolhida, esse reconhecimento.
Há 19 anos atrás ingressei como Bombeiro Militar no Estado do RJ, no CBMERJ, e ali comecei minha carreira, aos 17 anos de idade, depois de abandonar o Curso de Biomedicina na Universidade Federal do Estado do RJ por conta das dificuldades financeiras com alimentação e transporte.
Como Cadete no Curso de Formação de Oficiais do CBMERJ conheci 10 Bombeiros de SC, que tinham ido para o RJ para passar 3 anos lá fazendo o CFO, porque em SC o Corpo de Bombeiros ainda não tinha academia de oficiais, devido a emancipação da PMSC ser ainda recente. Quando eu estava no 2º ano do CFO esses meus colegas catarinenses incentivaram alguns da turma de cariocas a fazer prova para o CFO daqui, eram cerca de 15 cadetes do RJ que viriam tentar a prova para cá.
Mas logo que o Comando da Academia soube, não gostou nada da ideia e disse que não estávamos autorizados a fazer concurso para cá, que se quiséssemos vir era para pedir baixa (ou assinar a ficha rosa, como gostavam de dizer). Praticamente todos desistiram, somente eu me mantive obstinado com a ideia de fazer a prova, fiz as solicitações de deslocamento, guias de trânsito, tudo que precisava para a época e vim fazer o concurso.
Quando retornei fui punido com 25 dias de prisão, detalhe é que se eu somasse ao todo 30 dias, seria excluído da corporação. Quando saiu o resultado do concurso, de que eu tinha sido aprovado, foi um alívio, então fui lá na academia e pedi minha ficha rosa. Arrumei minha mochila e vim para SC, com praticamente só a roupa do corpo. Foi assim que cheguei aqui. Ao longo do tempo conquistei coisas e fui presenteado por Deus, como uma linda família, minha esposa e meus dois filhos, todos catarinenses, só eu que não era catarinense lá em casa, até ontem.
Já em SC, aprovado no concurso, comecei novamente o CFO, me formei e fui trabalhar em Criciúma, depois passei por Florianópolis e Blumenau, quando um dia recebi uma ligação do Comandante-Geral da época me perguntando se eu tinha interesse em vir comandar o Batalhão de Canoinhas. Perguntei a ele quanto tempo eu tinha para dar a resposta, e ele gentilmente me disse que tinha pressa, que eu tinha 01 hora pra pensar. Foi quando conversei com minha esposa, olhamos no google informações sobre canoinhas, de cara apareceu aquela foto de quando nevou aqui, confesso que isso me assustou um pouco, imaginem vindo do RJ acostumado com calor… mesmo assim decidimos aceitar o convite do Comandante-Geral, arregaçarmos nossas mangas e viemos para cá para dar o nosso melhor aqui.
Durante esses 4 anos, em que estivemos em Canoinhas, essa cidade fez muito bem para mim e para minha família, certamente passaria mais tempo aqui, se o dever não me chamasse para outro lugar, entendo que isso faz parte da nossa carreira como militares.
Agora vamos para Florianópolis, com o coração apertado, com a sensação de que tínhamos muito ainda a fazer e a entregar para o povo de Canoinhas e de todo Planalto Norte.
Ao receber o título de cidadão honorário de Canoinhas, recebo também uma grande responsabilidade pois sei que tenho agora um compromisso ainda maior com esta cidade e com sua população, pois além de serem meus compatriotas são também meus concidadãos.
Para finalizar, quero destacar mais uma vez o grande significado deste título de cidadão honorário de Canoinhas na minha trajetória pessoal e profissional, há quase duas décadas sofri perseguição, chegando a ser preso num quartel do RJ, por querer vir para cá trabalhar como bombeiro, e hoje por estar aqui trabalhando como bombeiro sou homenageado e passo a ser um cidadão catarinense. Muito obrigado senhores Vereadores, que mesmo sem saber de toda essa história, ao observarem meu trabalho entenderam que eu merecia ostentar o título de cidadão desta terra.
Joselito Beluk – Assessor de Comunicação Câmara de Vereadores
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