Diretoria do Hospital Santa Cruz aceita convite e expõe dificuldades financeiras
Tomógrafo danificado, reajuste do repasse para o sobreaviso médico, dificuldades financeiras. Muito se ouviu falar sobre os desafios enfrentados pelo Hospital Santa Cruz de Canoinhas, mas há ainda muito mais itens a serem expostos para que a real situação pela qual a instituição passa seja retratada de forma real. E foi justamente para realizar uma prestação de contas e expor como é organizado o funcionamento do HSCC, que o presidente Arthur Burgardt, o diretor Derby Fontana Neto e a contadora Juliana de Oliveira estiveram na Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira (15). Burgardt iniciou comentando sobre a incorporação do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), que “poderá proporcionar aporte suplementar de recursos financeiros ao hospital.” O presidente também expôs que o Hospital, apesar de todos os esforços, ainda é deficitário, o que ficou evidente no fim de 2016, quando o tomógrafo parou de funcionar. “Ficamos semanas sem saber o que fazer, porque não tínhamos dinheiro para pagar”, relatou o presidente, que afirmou que o conserto só foi pago graças ao aporte de R$360 mil autorizado pela Câmara de Canoinhas.
Derby Fontana Neto, que destacou que a instituição trabalha com os princípios da humanização, do profissionalismo e da ética, contou que no local são oferecidos atendimento cirúrgico, obstétrico, clínica médica, serviço da agência transfusional, dietas especiais, farmácia 24 horas e farmácia satélite dentro do centro cirúrgico, psicologia, assistência social e lavanderia integrada com a hotelaria. As 23 especialidades, conquista do hospital que o diretor atribui à comunidade, aos vereadores e à administração municipal, também foram especificadas, assim como o alvará geral conquistado.
Com todos os números expostos, a contadora Juliana retratou que o HSCC tem 209 colaboradores, sendo 88% mulheres, e que o número de leitos é de 93, 73% para o SUS e 27% para particulares. Os registros de 2016 mostram que houve: 4.714 internações, 74% pelo SUS e 26% para pacientes particulares; 925 partos, sendo 39% normais e 61% cesáreas; 19 captações de córneas, que puderam ajudar até 38 pessoas; e 31.076 exames realizados no CDI, sendo 58% pelo SUS e 42% particulares.
Todos os números de arrecadações, doações, despesas, custos e dívidas do Hospital Santa Cruz de Canoinhas foram expostos pela contadora, que chegou à conclusão de que o déficit é de cerca de R$3,3 milhões, número que cai para a metade se considerado o valor real. Mesmo assim, R$1,5 milhão, segundo o diretor, é preocupante. Juliana e Derby Fontana enumeraram os custos do Hospital: são 44% com pessoal, 38% com honorários médicos, 15% com materiais e medicamentos, 2% com laboratórios e Hemosc e 1% com outros custos, somando R$15 milhões em 2016. Já as despesas de 2016 são: 42% financeiras; 22% gerais; 15% com manutenção; 14% com água, energia, telefone e sistemas; 6% depreciações e amortizações e 1% comerciais e administrativas, somando R$4 milhões. Entre os valores recebidos por doação, o HSCC contou com R$290 mil do Município; R$500 mil da Câmara de Canoinhas; R$197 mil de pessoas jurídicas; R$92 mil de aluguel; R$70 mil de receitas financeiras; R$47 mil de doações da fatura da Celesc; R$16,6 mil de pessoas físicas. Confrontando as receitas, chega-se ao déficit de R$3,3 milhões.
Derby Fontana frisou a dificuldade de se trabalhar com um número limitado de equipe, já que a folha representa um total de 43% de despesas - número reduzido se comparado a outras instituições -, e, mesmo assim, manter um bom atendimento. “Então a gente leva com o maior zelo possível, até em forma de reconhecimento daquela ajuda que vem da comunidade, dos vereadores da Prefeitura”, declarou. Ainda sobre as dificuldades encaradas no dia a dia, Fontana citou o não reajuste da tabela SUS. Com o exame de colecistectomia, por exemplo, a instituição recebe R$695, mas o valor real, atualizado pela inflação, é de R$1.446 reais, e o custo para o Hospital é de R$1.458. Ele falou também sobre a diária em UTI pelo SUS, que custa R$1.757, enquanto que o valor repassado é de R$508. O parto cesáreo, segundo os dados, custa R$778, mas o SUS só paga R$395. Além disso, Fontana ainda lembrou da saída dos municípios vizinhos de Canoinhas da colaboração com o sobreaviso médico, mas frisou que a comunidade destas cidades continua sendo atendida pelo HSCC. “Urgência e emergência não se pergunta da onde a pessoa é”, concluiu.
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