Homenagens, reivindicações e anseios da instituição marcam sessão itinerante no IFSC
A sessão itinerante que os vereadores de Canoinhas realizaram no campus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) foi acompanhada pela comunidade e por vários alunos, que ocuparam os assentos do auditório do local e pelo vice-prefeito Renato Pike (PR), que compôs a mesa com os edis. Apreciações de projetos e requerimentos ocorreram normalmente, mas ganharam destaque na ocasião algumas particularidades ligadas ao Instituto. Maria Bertilia Giacomelli, diretora do campus, parabenizou os edis pela disponibilidade de se dirigir ao local e, antes de passar a palavra a William Hasegawa, chefe do departamento administrativo, destacou a importância do momento para a instituição. Hasegawa, por sua, vez, expôs números ligados ao IFSC, que tem 22 campi em todo o estado de Santa Catarina. De acordo com ele, é preciso valorizar a oportunidade que a instituição tem dado aos estudantes do Planalto Norte, que podem optar por continuar residindo na cidade para concluir seus estudos.
Mas o fato de o campus Canoinhas ser o único do IFSC no Planalto Norte preocupa. Isso quem pontuou foi Maria Bertilia, que alertou para a importância de se acreditar mais nessa região. “Sozinha, uma andorinha não vai fazer verão. A gente precisa continuar, mas com qualidade: com empregabilidade, com ensino de qualidade. Queremos que nossos alunos tenham onde trabalhar. Nós formamos nossos alunos para o Brasil e para o mundo, mas queremos que eles fiquem aqui”, sustentou a diretora, ressaltando o peso de despertar o espírito empreendedor nos estudantes e de que sejam trazidas mais empresas e indústrias para a região de Canoinhas.
Explicando os quatro eixos em que a instituição atua em Canoinhas (informação e comunicação, produção alimentícia, recursos naturais e infraestrutura), Juliete Linkowaski, diretora de ensino, pesquisa e extensão, contou que os alunos do IFSC têm a chance de fazer estágios internos e externos e participar de projetos de extensão, “que e quando eles pode estender o conhecimento à comunidade.” A diretora falou ainda sobre o Programa de Assistência Estudantil, que contempla alunos com um valor que pode ser aplicado em transporte, alimentação e outras necessidades que possibilitem a continuidade de seus estudos. Os valores, entretanto, segundo Juliete, não têm sido suficientes “diante de toda a necessidade”, uma vez que ainda se vê um grande número de evasão escolar devido à falta de recursos.
Foi sobre isso que Patricia Maccarini Moraes, assistente social do IFSC, discorreu. De acordo com ela, foi realizado um levantamento que mostrou que para chegar à instituição, 55 alunos utilizam moto ou carro próprio, 66 vão de van e apenas 12 fazem uso de transporte coletivo – e esses 12 pagam R$ 2,15 por passagem. Como na maioria dos casos é preciso pegar dois ônibus para ir e dois para retornar, os alunos gastam R$ 11 por dia, totalizando a média de R$ 220 mensais, como destacou Mariane, que cursa o superior em Tecnologia de Alimentos. Estudante do mesmo curso, João Victor lembrou que o direito à acessibilidade é garantido por lei e que a dificuldade financeira contribui bastante com a evasão escolar, fato com que Daniele, aluna do técnico em Agroecologia, concordou. Os três, juntamente com a assistente social, também fizeram uso da tribuna.
Vereadores apresentaram projetos para o transporte
E é para tentar amenizar este problema ligado ao transporte que três vereadores criaram projetos. O de autoria de Zenici Dreher (PR) quer instituir a meia passagem para estudantes e a idosos que têm entre 60 e 65 anos. De acordo Zenici, é preciso conscientização para que a cultura do transporte coletivo retorne e, assim, o trânsito seja desafogado, o número de acidentes diminua e o meio ambiente saia ganhando. A vereadora argumentou que a meia passagem é importante para dar acesso a todos, “já que nosso município tem grande extensão territorial e o número de estudantes que reside no interior é considerável.”
O projeto de Camila Lima (PMDB) e Paulinho Basílio (PMDB), que utilizaram a tribuna para explicá-lo, regulamenta o transporte escolar universitário. “Muitos alunos desistem de estudar devido a dificuldades financeiras, onde as famílias acabam priorizando moradia e alimentação e deixam a educação para maios tarde”, declarou Camila. De acordo com ela, alunos cuja família tem renda mensal de até três salários mínimos poderiam contar com o benefício, desde que apresentem atestado de frequência escolar, não reprovem em ais de uma disciplina por semestre e prestem alguns serviços à comunidade quando solicitados. Basílio contou que, devido ao fato de os projetos serem parecidos, os três vereadores irão estudar a possibilidade de uni-los e debatê-los em audiência pública.
Os textos ainda passarão por análises das comissões, para depois seguirem à análise do prefeito Beto Passos (PSD).
A sessão itinerante foi marcada também por uma homenagem ao aluno Diego dos Santos, que recebeu menção honrosa devido ao seu excelente desempenho na 12ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2017).
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