Inoperância de Central de Congelamento de frutas preocupa vereador

por admin última modificação 08/03/2018 21h17
João Grein vai pedir explicações; Fruticultor diz que falta orientação e questiona o papel do cooperativismo
O vereador João Grein (PT) apresentará, em breve, requerimento solicitando informações do por que permanece quase que inoperante a Central de Armazenamento, Congelamento e Distribuição de Frutas situada na localidade de Rio da Areia do Meio, interior de Canoinhas. “Farei isso assim que voltarem as sessões ordinárias, a partir do dia 04 de fevereiro”, falou.
No documento, que será encaminhado inicialmente à secretaria municipal de Desenvolvimento Rural, o vereador vai querer saber os motivos pelos quais os fruticultores não vêm sendo assistidos por profissionais especializados. “Vieram recursos federais para que fosse construída a estrutura e a compra dos equipamentos. O governo municipal geriu estes recursos e, ao meu modo de ver, deveria também dar respaldo técnico e operacional frequente a estes fruticultores”, ressaltou.
Ao apresentar seu ponto de vista, o petista diz não querer polemizar e, muito menos, criticar o atual governo do município. “Estão assumindo agora e nem devem estar ao par da situação. Estamos cobrando informações para ajudar nesse processo, para que os fruticultores saiam beneficiados. Jamais para denegrir ou prejudicar alguém”, enfatizou.
A central atende desde o início do ano passado cerca de 40 famílias de fruticultores e, a grande maioria, produz amora, pêssego e maçã. Muitos deles vivem nas localidades que integram o distrito de Pinheiros. “Produtores de outras regiões do município também integram as associações de agricultores familiares que se dedicam ao plantio de frutas”, completou Grein.
O local, conforme o vereador vem sendo pouco utilizado devido a falta de orientação técnica aos produtores. “Muitos não sabem como utilizar a central e ficam com medo de fazer armazenamento de maneira errada”, lembrou. Enquanto isso, toneladas de frutas estão se perdendo nos pomares, ocasionando prejuízos aos agricultores. “Enquanto muita gente passa fome, a produção está se perdendo nas propriedades e os agricultores estão tendo prejuízos financeiros”, destacou.
A denúncia de Grein é confirmada pelo agricultor Paulo Bayl, morador de Rio da Areia do Meio e que doou o terreno para a construção da central. Para ele, está faltando articulação entre os agricultores e o poder público. ”Precisa mais atenção da prefeitura. Pois são os agricultores que estão inovando e criando uma alternativa de produção que tanto se fala. Falam em empreendedorismo, mas é necessário dar mais suporte e atenção aos empreendedores”, solicitou.
Bayl tem em sua propriedade mais de 400 pés de pêssego e maçã e afirma estar decepcionado com a falta de incentivo. “No começo tinha acompanhamento, mas agora estamos simplesmente abandonados e sem nenhum tipo de orientação. Nem quantos graus são necessários para resfriar as frutas nós temos conhecimento”, reclamou.
O agricultor vai além dizendo que uma das ideias da central, que era o de fazer a distribuição da produção, também não vem acontecendo. “A proposta do cooperativismo não está funcionando adequadamente, ainda é cada um por si. Eu, por exemplo, vendo parte da minha produção aqui mesmo na propriedade, outra parte nos mercados de Canoinhas. Chegou ao ponto de eu colocar caixas de pêssego e maçã no meu próprio carro e tentar vender nas praias do litoral catarinense”, lamentou.

 

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