Moradores elencam mais de 30 prioridades para o distrito do Campo da Água Verde

Mais de 30 prioridades foram elencadas por moradores, líderes e membros de associações comunitárias que integram o distrito do Campo da Água Verde durante sessão itinerante da Câmara Municipal de Vereadores. A segunda reunião realizada esse ano fora do plenário da Casa aconteceu na noite de segunda-feira (26), no salão de festas da Igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro Água Verde. Um público de aproximadamente 70 pessoas acompanhou os trabalhos legislativos.

O incremento da infraestrutura urbana liderou a lista de pleitos apresentada pelos moradores do bairro Água Verde e que também contempla as comunidades vizinhas como o Salto da Água Verde, São Marcos, Loteamento Filomena, Vila Militar e Cohab 2. “Nossas comunidades necessitam de mais atenção da administração pública municipal e de suas respectivas secretarias”, disse o presidente da Associação de Moradores da Água Verde, Dirceu Romani.

Antes de entregar documento oficial com os pedidos ao presidente da Câmara, vereador Paulo Glinski (PSD), Romani fez questão de lamentar a ausência do prefeito municipal, vice-prefeito e de grande parte do secretariado. “Isso demonstra o valor que nós, moradores aqui da região, temos para eles”, alfinetou. Toda equipe do primeiro escalão do governo municipal foi convocada para a reunião, porém, apenas o secretário do Desenvolvimento Rural, Vanderley Dombroski se fez presente.

A secretária municipal de Saúde, Telma Regina Bley, não participou da sessão alegando estar com problemas de saúde. O secretário municipal de Educação, Hamilton Wendt, mandou representante. Os demais secretários, assim como o prefeito municipal e o vice-prefeito não compareceram e não justificaram suas ausências.

Cobranças das lideranças

Lideranças das comunidades que integram o distrito do Campo da Água Verde fizeram o uso da tribuna livre e fizeram uma série de cobranças. Dirceu Romani, da Associação de Moradores do bairro Água Verde, pediu empenho dos vereadores no sentido de agilizar junto a esfera estadual do governo recursos para a pavimentação asfáltica da Rua Sérgio Gapski, principal rua do bairro. “Só faltam R$ 200 mil para que esta obra saia do papel”, frisou.

O vereador João Grein (PT) lembrou que já existe o projeto de engenharia e que o valor estimado para a pavimentação de 1,5 km da via seria de aproximadamente R$ 1,2 milhões. Desse total, R$ 400 mil estão garantidos através de emenda parlamentar do deputado federal Décio Lima (PT) e o valor de R$ 600 mil deve ser bancado pelo governo municipal. 

O morador Sérgio Gapski, que também é membro da associação, elencou uma a uma as prioridades encaminhadas ao legislativo e citou, como fundamentais num primeiro momento, a solução para os telefones públicos, construção de um cemitério na localidade, legalização fundiária da Vila Militar e Campo do Sonda e a pavimentação da principal via do bairro. “A população e os comerciantes radicados ao longo da Rua Sérgio Gapski não suportam mais a poeira”, reclamou.

Quem também fez questão de reclamar da situação da Rua Sérgio Gapski foi o líder comunitário, João Amaro Colaço. Segundo ele, o povo já está cansado de tantas promessas e poucas ações. “Só eu participei de diversas reuniões sobre este mesmo assunto e até agora nada foi feito”, ressaltou. Colaço denunciou ainda problemas estruturais nas obras da escola municipal José Groscopf. “É preciso fiscalizar melhor a qualidades das obras que estão sendo entregues à população”, cobrou. O morador pediu ainda melhorias na estrutura e na segurança da travessia urbana que liga o trevo da Fiat até a ponte sobre o Rio Água Verde.

Radicado há 22 anos no município, o empresário Paulo Baldo elogiou a iniciativa dos vereadores de irem até o distrito ouvir os pleitos e fez menção as péssimas condições das estradas que dão acesso a sua ervateira situada na divisa do bairro Água Verde com a localidade do Salto da Água Verde. “Temos unidades nos Estados do Paraná e também no Rio Grande do Sul. Mas, com toda certeza, o local que somos menos servidos de infraestrutura pelo poder público municipal é nessa instalada em Canoinhas”, reclamou o ervateiro, referindo-se, especificamente, a Rua Sérgio Gapski, principal ligação a sua ervateira.

Adilson Bonete fez uso da tribuna livre para cobrar a abertura da Rua Otávio Correia, no Loteamento Filomena, para que as pessoas tenham acesso facilitado à escola, ao centro de educação infantil e a outros locais do bairro.

O morador da Vila Militar, Adelmo Alves de Godoy, leu uma carta encaminhada em setembro de 2004 pelo atual prefeito contendo uma série de promessas para as comunidades do distrito. “Cadê o anti-pó prometido? O posto de saúde? Eu não vi até hoje! Cadê o prefeito para nos responder sobre todas as promessas de campanhas não cumpridas em quase oito anos de governo?”, questionou.

Representando a Associação de Moradores da localidade de Arroios, Bernardino Zakaluzne clamou providências para a falta de água para a comunidade do Paranazinho. “Prometeram construir uma caixa para 10 mil litros e o povo está esperando e pior, sofrendo muito com a falta de água”, disse. Ele também cobrou instalação de telefone público em Arroios, melhora na qualidade do sinal da internet e da telefonia celular, recuperação da ponte que dá acesso à localidade e conservação das estradas rurais. “Canoinhas deveria se espelhar em Major Vieira e aprender a cuidar das estradas do interior”, afirmou.

A moradora Sandra Dransfeld concluiu os pronunciamentos convidando a comunidade para as reuniões da associação de moradores que estão agendadas para todos os primeiros sábados de cada mês e exaltou a união de esforços para se obter as conquistas. “É importante que todos façam sua parte, dê sua contribuição. Digo isso para os nossos governantes e também para nossa comunidade”, finalizou.

Prioridades elencadas

- Abertura da Rua Otávio Correia, no loteamento Filomena;

- Construção e desobstrução de bueiros nas Ruas Otávio Rauen, Jacob Fuck, Lucio Cornelsen e Sérgio Gapski a fim de evitar que as águas das chuvas fiquem represadas sobre as vias;

- Abertura de valeta em frente ao prédio que abriga o programa Desafio Jovem;

- Dar condições para que a água que fica represada sobre a Rua Antonio Gapski (proximidades do campo do Sonda) seja escoada;

- Solução para a água que fica represada (dias de chuva) na Rua José Bail, nas proximidades do Clube do Cavalo e Rio da Gralha;

- Conservação constante de todas as ruas sem pavimentação do bairro Água Verde;

- Soluções para os telefones públicos da comunidade que está em péssimas condições de uso;

- Liberação de salas de ambientes, na antiga escola local, para as aulas de catequese e outros fins;

- Solução para a coleta do lixo que não vem sendo realizada em algumas ruas do bairro Água Verde, Vila Militar e Campo do Sonda;

- Construção de sala mortuária;

- Criação de um cemitério para o bairro Água Verde e comunidades vizinhas;

- Legalização fundiária da Vila Militar e do Campo do Sonda;

- Desobstrução e alargamento das valetas na via aonde irá se instalar a empresa Sydorak;

- Limpeza do riacho que passa pela comunidade São Marcos e bairro Água Verde;

- Empenho do setor de Zoonoses para as chamadas de atendimentos;

- Alargamento da ponte sobre o Rio Água Verde, na BR-280;

- Verificar e fiscalizar as empresas que estão se instalando no bairro, pois, de acordo com moradores, muitas delas estão cometendo crime ambiental;

- Colocação de tubos com maior diâmetro no local conhecido como Rio da Galha para que a água tenha vazão;

- Verificar junto a Secretaria do Desenvolvimento Regional de Canoinhas a possibilidade de liberação de recursos de R$ 200 mil para cobrir parte dos custos da pavimentação asfáltica da Rua Sérgio Gapski;

- Limpeza, conservação e recuperação da Travessia Urbana, trecho entre o trevo da Fiat e a ponte sobre o Rio Água Verde;

- Instalação de iluminação pública no trecho entre o Loteamento Filomena e a comunidade do São Marcos;

- Reestruturação do posto de saúde e a ampliação do atendimento médico;

- Transformar a quadra de esportes do bairro Água Verde em ginásio de esportes;

- Fiscalização das obras e do material utilizado (Escola Municipal José Groscopf);

- Verificar invasão de terreno público próximo a comunidade do São Marcos;

- Cobrar dos proprietários a limpeza dos terrenos baldios;

- Disponibilizar um caminhão limpa fossa;

- Nomear de João Colaço a via pública onde estão sendo instaladas algumas empresas no bairro Água Verde.

- Recuperação ou construção em concreto de ponte na estrada que dá acesso a localidade de Arroios;

- Construção de creche rural na localidade de Arroios;

- Instalação de telefone público na localidade de Arroios;

- Buscar junto a prefeitura do município e a empresa “Voz” explicações sobre o porquê estão restritos apenas as escolas municipais do interior os sinais de internet e da telefonia celular. O pedido justifica-se porque muitos moradores pagaram pelos serviços e aguardam há mais de um ano por sua efetivação;

- Construção de uma caixa de água para a comunidade do Paranazinho ou a perfuração de um poço artesiano.

Respostas

O secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Vanderley Dombroski, adiantou que sua pasta está trabalhando para solucionar o problema da água na comunidade do Paranazinho. De acordo com ele, os recursos já estão garantidos, porém, restam ainda ser dados os encaminhamentos legais na documentação referente a perfuração de um poço semi-artesiano. 

Já o presidente da Câmara, vereador Paulo Glinski, disse que as reivindicações dos moradores serão encaminhadas aos setores competentes, tanto da esfera municipal, quanto da estadual de governo. “Vamos buscar informações para saber se elas serão executadas. Caso sejam positivas as respostas, queremos saber qual o cronograma para que elas enfim se tornem uma realidade. No contrário, também informaremos aos moradores para que não fiquem criando expectativas”, completou.