Presidente da Adosarec e vereadores vão pedir a reabertura do Hemosc em Canoinhas

por admin última modificação 08/03/2018 21h27
Tema foi debatido durante sessão realizada na noite desta segunda-feira, quando todos concordaram que Planalto Norte é esquecido pelo governo catarinense

A Tribuna foi ocupada, na sessão ordinária da Câmara dos Vereadores desta segunda-feira (13), por Silmar Luiz Golanovski, presidente da Associação dos Doadores de Sangue da Região de Canoinhas (Adosarec). Ele demonstrou indignação com relação ao fechamento do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemosc) da cidade, ocorrido no dia dois de Janeiro, que, segundo ele, foi um duro golpe a Canoinhas, reconhecida como capital dos doadores de sangue.

Golanovski, que já foi vereador na cidade, relatou a luta travada para que a unidade viesse para cá, incluindo Canoinhas no rol dos dez municípios com posto do Hemosc, inclusive com a realização de um protesto realizado pelo seu pai, seu Orestes Golanovski, o maior doador de sangue do mundo, que doou sangue na rua.

De acordo com Silmar Golanovski, Canoinhas não teve a chance de tentar otimizar as doações de sangue, já que em oito anos de funcionamento do Hemosc na cidade, a diretoria de Florianópolis jamais enviou relatórios que ilustrassem a quantidade necessária, apesar de o documento ter sido solicitado por diversas vezes. Além disso, a notificação do encerramento das atividades chegou repentinamente, “pegando todos de surpresa”: o ofício, redigido em 29 de dezembro, informava o fechamento em dois de janeiro. Golanovski denomina o ocorrido como “orgulho e preconceito.” “O Hemosc nunca quis estar aqui”, desabafa.

Outro fator alegado pela capital para justificar o fechamento é o que trata da técnica de separação, realizada em Joaçaba, município que fica na contramão de Canoinhas. Silmar Golanovski explicou que a escolha por aquela cidade para receber as bolsas daqui foi feita pelo próprio governo do estado, já que Joinville já recebia sangue de Jaraguá do Sul e, por isso, não tinha estrutura para receber também as nossas coletas.

Vereadores comentam fechamento da unidade

O presidente da Câmara, vereador Wilmar Sudoski (PSD) agradeceu as colocações e se dispôs a caminhar junto nessa luta de resgate, ressaltando a discriminação do governo catarinense para com a região do Planalto Norte. “É um legado que tem que voltar à atividade”, afirma.

O vereador Paulo Glinski (PSD) também parabenizou Silmar Golanovski e os trabalhos da Adosarec e sugeriu a elaboração de uma moção de repúdio a ser encaminhada ao governo do estado e demais órgãos, além de um requerimento pedindo explicações. Glinski ainda trouxe à tona a discriminação. “Parece que não tem eco a nossa voz em Florianópolis.”

Ressaltando a falha de comunicação entre o município e o governo do estado, a vereadora Zenici Dreher Herbst (PR) sugeriu a elaboração de um requerimento pedindo a reinstalação do Hemosc na cidade. Ela trabalha há dez anos no conselho municipal de saúde, onde é secretária, e afirmou que esse tema nunca chegou à pasta para discussão.

A vereadora Camila Lima (PMDB), como doadora e incentivadora da doação, encontrou uma matéria publicada em 29 de novembro de 2016 no jornal Diário do Planalto, em que o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), garantiu que a unidade do Hemosc de Canoinhas não seria fechada.

Já Norma Pereira (PSDB) sugeriu uma conexão das ideias: uma moção de repúdio, com um requerimento pedindo a reabertura do Hemosc, considerando todas as particularidades. Ela ainda ressaltou que a Adosarec deveria ter tido direito de resposta, mas que a unidade foi fechada sem que houvesse notificação antecipada.

Também ressaltando que o governo de Santa Catarina “vira as costas para o Planalto Norte, o vereador Paulinho Basílio (PMDB) disse que o governo agiu de maneira sorrateira, uma vez que todos estão em recesso em época de festas de fim de ano.

Fazendo menção à matéria citada por Camila Lima, o vereador Coronel Mário Erzinger (PR) pediu que o governador Raimundo Colombo cumpra sua palavra.

 

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