Projeto de lei gera polêmica e é retirado de pauta

por admin última modificação 08/03/2018 21h29
Pedido de autorização para a compra de carro para gabinete do prefeito motivou a solicitação de vistas da matéria
Sob protestos da bancada petista na Câmara, foi retirado de pauta, durante a sessão ordinária de terça-feira, 02, o projeto de lei nᵒ081/2013, que traz uma série de alterações no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A matéria elaborada pelo executivo municipal realoca e destina R$ 9 milhões para diversos setores da administração pública municipal.
Foram seis votos favoráveis ao pedido de vistas proposto pelos vereadores do PT. Apenas Chiquinho da Silva e Bene Carvalho, ambos do PMDB, se manifestaram contrários. Gilmar Martins, o Gil Baiano (PSDB), estava ausente do plenário no momento da votação.
Cerca de R$ 5 milhões foram herdados da gestão anterior e, outros R$ 4 milhões, vêm de superávit de arrecadação no atual exercício.

A polêmica em torno do projeto começou quando a vereadora Cris Arrabar (PT) questionou o pedido de autorização para a compra de um novo veículo para o uso exclusivo do gabinete do prefeito Beto Faria (PMDB).

Segundo ela, por exemplo, o valor de R$ 91 mil poderia ser utilizado na aquisição de cascalho e pedra brita para as estradas interioranas. “Não posso concordar. Comunidades do interior estão isoladas, alunos sem poder ir para a escola e professores e médicos sem ter como se deslocar aos seus locais de trabalho devido as péssimas condições das estradas. Existem outras prioridades no momento”, reclamou.
Apesar de o secretário de Administração e Finanças, Argos José Burgardt e o vice-prefeito Wilson Pereira (PMDB) terem, um dia antes, participado da reunião das comissões e apresentado informações acerca da matéria, João Grein (PT) não se deu por satisfeito e cobrou novas explicações. “A linguagem é técnica, cheia de siglas, o que acaba dificultando o entendimento. É preciso uma análise mais criteriosa para que possamos votar sem dúvidas. Afinal, a fiscalização é autonomia que o povo nos concedeu por dever e direito”, ressaltou.
Mesmo acreditando que não seria esse o momento exato para a aquisição de um novo automóvel para o gabinete, o presidente da Câmara, vereador Renato Pike (PR), defendeu que o prefeito tenha sim um veículo equipado, seguro e confortável para utilizar, principalmente, nas viagens de longa distância. “Não sei bem o que é mais certo: se é o governo federal gastar R$ 500 milhões para fazer um plebiscito sobre a reforma política ou, então, investir R$ 91 mil na compra de um novo carro para o prefeito”, comparou.
No embalo, Chiquinho da Silva (PMDB), também saiu em defesa da matéria e a compra do veículo para o gabinete do prefeito. “Só quem está na estrada, com frequência, sabe a importância de se ter um automóvel equipado com todos os itens de segurança”, afirmou.
Ainda no papel de líder do governo, Paulo Glinski (PSD) tentou por panos quentes no debate. Disse que a matéria trazia, além da compra do carro, outra questão polêmica que era o repasse de R$ 100 mil para a realização da Fesmate.
Ao mesmo tempo, salientou que o projeto também tratava de importantes itens como a destinação de recursos para as áreas de saúde, educação, obras e também ao Hospital Santa Cruz. “Não tem como votar contra, mas é importante que todas as dúvidas sejam dirimidas e que as informações técnicas entendidas até para que os vereadores possam contribuir com emendas, se for o caso”, completou.
Ao final, a vereadora Cris Arrabar lamentou o fato de o executivo municipal ainda continuar encaminhando temas diversificados no mesmo projeto. “Fazem uma salada no projeto, sem organização e ainda querem enfiar goela abaixo”, alfinetou.

 

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