Projeto que autoriza a compra de carro para prefeito receberá duas emendas

Por unanimidade e, em primeiro turno, os vereadores canoinhenses aprovaram na noite de segunda-feira, 08, projeto de lei nᵒ081/2013 de anula/suplementa e realoca recursos no orçamento para diversas secretarias da prefeitura e também pede autorização para a compra de um veículo para o gabinete do prefeito Beto Faria (PMDB). Conforme a matéria, que tem a autoria do executivo municipal, na aquisição poderá ser gasto o valor de até R$ 91,6 mil.
Para a segunda e definitiva votação, prevista para esta terça-feira, 09, o projeto seguirá com duas emendas substitutivas no texto original. As proposições partiram dos vereadores oposicionistas João Grein e Cris Arrabar, ambos do (PT), em conjunto com o governista Paulo Glinski (PSD).

Assim como ocorreu na semana passada, quando da retirada do projeto da pauta de votação, desta vez o clima também foi tenso. Durante discussão da matéria, os petistas João Grein e Cris Arrabar trocaram farpas com o vereador Bene Carvalho (PMDB).
A vereadora chegou a apresentar emenda destinando R$ 80 mil do valor referente a compra do veículo para que a secretaria municipal de Obras pudesse realizar a conservação e manutenção das estradas interioranas.
Bene Carvalho (PMDB), que a partir de agosto assume o papel de líder do governo, soltou o verbo contra a oposição. Disse que os colegas estavam querendo se promover diante de uma encenação. “Estão se aproveitando da enchente para fazer cena em cima da compra do carro. É importante esclarecer que é a condição climática que não permite que os acessos ao interior sejam arrumados”, alfinetou.
Também lembrou que ao realizar a compra por meio de pregão eletrônico, o município poderia nem gastar o valor total autorizado. “Pode ser adquirido por um preço bem inferior, até por uns R$ 60 mil”, completou.
Com a metralhadora armada, ainda afirmou que o valor de até R$ 91,6 mil não resolveria o problema das estradas do interior. “Não vai fazer diferença comprar ou não o carro, no meu modo de ver estão fazendo demagogia”, acusou.
Na sequência, João Grein (PT) disse que, se visitar as comunidades e ouvir os pedidos das pessoas seria uma tentativa de se promover, então ele se considerava um demagogo. “E vou continuar agindo desta forma, podem falar que é demagogia”, alertou.
Cris Arrabar também não se deu por vencida e lembrou que há nove meses os britadores estão parados e as estradas sem material. “Não venham me dizer que isso é culpa apenas da condição climática”, comentou.

Em meio às discussões, o ainda líder do governo Beto Faria, vereador Paulo Glinski (PSD), apresentou emenda alterando o texto em dois artigos do projeto. No inciso I, do artigo 2º, ele propôs a divisão dos R$ 91,6 mil em duas partes. O valor de R$ 50 mil seria para que a secretaria municipal de Saúde pudesse custear exames médicos e laboratoriais que se encontram represados por falta de recursos. Já os R$ 41,6 mil restantes para que fosse adquirido um automóvel, preferencialmente, para a pasta de Saúde.
Também propôs mudança no artigo 4º do projeto. Nele, os R$ 151 mil previstos como gastos do município com a realização da Fesmate deveriam ser realocados para que o setor de Obras fizesse a aquisição de tubos, pedra brita, pedregulhos e cascalho para o revestimento de vias do perímetro urbano e estradas rurais.
Ao defender as emendas, o vereador fez questão de mencionar que as propostas mexeriam com apenas 2% dos R$ 9 milhões em recursos contemplados pela matéria. “É preciso o veículo para o prefeito, mas não nesse momento, pode ser adiado”, enfatizou.

Por apresentarem textos semelhantes, ficou acordado de que a matéria seria votada e aprovada sem inclusão das emendas. Para a segunda votação, nesta terça-feira, 09, um novo conteúdo (emendas) será elaborado pelos vereadores Glinski, Grein e Cris Arrabar.