Setembro Amarelo é tema de debate na tribuna da Câmara

por admin última modificação 08/03/2018 21h35
Vestidos com camisetas do movimento, edis receberam representante do grupo “Sim à Vida”

Assim como as campanhas do “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, o mês de setembro também é marcado por iniciativas de conscientização à respeito de uma importante causa: a prevenção ao suicídio. Na sessão desta segunda-feira, 18, a integrante do grupo canoinhense “Sim à Vida”, Pamella Sardá, ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores para falar um pouco sobre o movimento realizado no município. Durante sua fala, a voluntária explicou que o grupo foi criado após experiências pessoais dos seus idealizadores com a depressão e o suicídio. Cientes da importância em realizar a difusão de informações sobre o tratamento e o acolhimento de pessoas que sofrem de depressão, os voluntários se reuniram visando desconstruir preconceitos. “Nós queremos desmistificar a depressão, quebrar esse tabu sobre a depressão e o suicídio e auxiliar as pessoas a procurarem tratamento”, comentou.

            Formada recentemente, a equipe trabalha em seu primeiro “Setembro Amarelo” por meio de palestras e ações de divulgação de informações. Segundo Pamella, além destas atividades, o grupo também pretende levantar fundos para formar uma associação, onde serão realizados grupos de apoio e mais ações filantrópicas, como a realizada pelos voluntários no último domingo, 17, no Lar dos Idosos de Canoinhas. Atualmente, a equipe arrecada renda por meio da venda das camisetas do movimento, simbolismo que os vereadores adotaram na sessão de ontem.

            Utilizando informações de cartilha explicativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Pamella informou que o suicídio causa mais mortes que o HIV e a tuberculose. A voluntária relatou que, a cada 100 pessoas, 17 pensam em cometer a morte voluntária. O preconceito, no entanto, é elencado como um dos principais motivos para não buscar o tratamento. Por este motivo, Pamella apresentou cinco pilares de sustentação para combater o suicídio: “medicamentoso, psicoterapêutico, atividade física, família e fé”. Segundo ela, a sociedade pode auxiliar quem sofre de depressão. “A gente pode identificar, manejar e encaminhar”, contou.

            O presidente da casa, Wilmar Sudoski (PSD), parabenizou o grupo pela iniciativa de auxiliar as pessoas que sofrem com estes transtornos. Na ocasião, Sudoski lembrou que, no primeiro semestre de 2017, um debate à respeito do tema foi realizado no plenário da Câmara de Vereadores, reunindo médicos e representantes religiosos.

            Sudoski também comentou que, em muitos casos, por se tratar de uma doença silenciosa, familiares e amigos não percebem os sintomas do paciente, o que atrasa o início de um tratamento. Por este motivo, o presidente considera importante difundir informações sobre o tema. “Quanto mais se fala sobre isso, mais vemos a importância de todos estarem envolvidos no projeto”, relatou. Para estender esta divulgação dentro do poder público, Sudoski elaborou projeto que estabelece o mês “Setembro Amarelo” no município, possibilitando a realização de mais ações à respeito da prevenção ao suicídio. Após a leitura, as vereadoras Zenici Dreher (PR) e Camila Lima (PMDB) também passaram a assinar a matéria, contribuindo na sua minuta.

            A vereadora Zenici Dreher (PR), que já participou de uma reunião do grupo “Sim à Vida”, destacou a eficiência do movimento em mobilizar a população do município em relação ao assunto. Após parabenizar o trabalho da equipe, Zenici lembrou que o trabalho de acolhimento e prevenção deve ser intersetorial, para que o paciente receba apoio de diferentes profissionais e entidades da sociedade organizada.

            A vereadora Camila Lima (PMDB) falou sobre a necessidade de ampliar a contratação de profissionais especializados em saúde mental na rede pública. Ressaltando a importância do envolvimento de outras áreas, a vereadora vê como indispensável o tratamento médico nestas situações.

            Para expandir o debate ao público jovem, o vereador Paulo Glinski (PSD) sugeriu que o grupo também ocupe a tribuna em uma das sessões da Câmara Mirim do município. “Inteirada, essa juventude vai disseminar este conhecimento, então eu entendo que seja muito produtivo e importante para a divulgação”, afirmou. Em concordância com o edil, a vereadora Norma Pereira (PSDB) relatou que a conscientização de adolescentes também deve ocorrer, tendo em vista o grande número de casos de bullying dentro das escolas. “Talvez seja o caminho para a gente começar a evitar a evasão escolar”, comentou.

            A vereadora Telma Bley (PMDB) lembrou que o estado de Santa Catarina possui um dos maiores percentuais de usuários de psicotrópicos. Para ela, é necessária uma integração entre diferentes setores, principalmente entre saúde, educação e assistência social, para realizar a prevenção e o tratamento da depressão.

            Finalizando a discussão, Telma ressaltou a valorização da vida. “Tem tantos motivos bons para viver e para ficar aqui. Tantas pessoas que nos amam e tantas que a gente também ama”, afirmou. A fala foi corroborada por Pamella em suas considerações finais. “Nós temos que buscar motivos para viver, porque a pessoa que comete suicídio não quer a morte, ela quer acabar com a dor. Então, além dos psicotrópicos, temos que buscar pelos remédios afetivos”, concluiu.

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