Sudoski apoia ampliação do número de vagas em creches de Canoinhas

Atualmente, as creches municipais não conseguem suprir a demanda do atendimento de cerca de 300 crianças canoinhenses. Pensando na ampliação de vagas para as crianças de até quatro anos, o presidente da casa, Wilmar Sudoski (PSD), apresentou requerimento demonstrando apoio a um projeto que objetiva a compra de vagas em creches particulares. A matéria está sendo desenvolvida pelo poder executivo, por meio da Secretaria Municipal de Educação, e pretende beneficiar as famílias que não foram contempladas com vagas nas creches municipais. "O município não tem condições de atender rapidamente essa demanda [...] Vamos dar apoio ao executivo para que promova esse projeto e ofereça mais vagas", afirmou.

            O vereador destacou a importância em ampliar as vagas, principalmente para as famílias em situação de vulnerabilidade social que, muitas vezes, não têm onde deixar seus filhos durante o trabalho, o que agrava o desemprego e a geração de renda. Sudoski lembrou que é necessário fazer uma avaliação também sobre o custo, benefício e qualidade do programa, e que, após sua implementação, será possível readequá-lo de acordo com possíveis necessidades não contempladas na primeira edição.

            Durante sua fala, o presidente afirmou que, por ora, não existe um número determinado de vagas que serão oferecidas caso o projeto se concretize. Sudoski lembrou que, após a elaboração da minuta, o projeto será analisado e votado na Câmara.

            A vereadora Telma Bley (PMDB) parabenizou o presidente pelo requerimento e lamentou que o princípio da equidade não seja aplicado na matrícula de crianças nas creches municipais. Telma lembrou que, em muitos casos, moradores que têm condições de pagar uma instituição particular conseguem vagas nas creches públicas, em detrimento de famílias que não detém das mesmas condições financeiras. A vereadora lembrou que a universalidade é uma questão legal, de modo que todos tenham os mesmos direitos de acesso aos serviços públicos, porém não a considera eficiente neste caso. "A gente sabe que têm pessoas que não tem condições nem de alimentar seus filhos decentemente em casa e as creches oferecem uma boa alimentação, ótimos cuidados [...] Nós tínhamos que pensar uma nova dinâmica para distribuir melhor essas vagas para os necessitados", afirmou.

            O edil Paulo Glinski (PSD) relatou que, na última legislatura, os vereadores do município tentaram criar um mecanismo para beneficiar as famílias em situação de vulnerabilidade social, porém, devido ao princípio da universalidade, não foi possível concretizar nenhum projeto dentro das bases legais do país. Apesar de concordar que o legislativo precisa estudar uma forma de oferecer uma distribuição mais justa aos munícipes, o edil afirmou que o problema só será solucionado quando houver vagas suficientes para suprir a demanda. "É aí que o requerimento entra, tentando arrumar um mecanismo para propiciar um número maior de vagas", afirmou.

            A vereadora Zenici Dreher (PR) afirmou que considera válida a proposta da compra de vagas para ampliar o atendimento das crianças, porém acredita que é necessário também buscar soluções para oferecer o mesmo auxílio às famílias do interior e dos bairros periféricos, onde não existem creches particulares. Zenici também sugeriu que seja realizado um levantamento da demanda em cada região do município e, a partir do estudo, uma equipe seja contratada para atender essas crianças.

            Glinski lembrou, ainda, que a compra de vagas pode ser um projeto embrionário para modificar o fornecimento do serviço das creches no futuro. "Se tornaria um pouco mais econômico para o município, com a mesma qualidade", comentou. Já Telma se mostrou receosa que a compra de vagas torne-se em um negócio para as creches, de modo a comprometer o atendimento das crianças. Como solução, a vereadora sugeriu que o município estabeleça critérios rigorosos em relação à estrutura do local, qualidade dos profissionais e lógica de funcionamento.

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